Sem e com. Com e sem.
Somos juntos um tanto separados, somos separados um tanto juntos. Somos incompreendidos e imperfeitos. Somos cumplices nessa nossa loucura e insanidade. Somos dois corpos soltos no ar tentando nos entender e nos deixar.
Não queremos fazer sentido e nem nos enquadrar. Nosso jeito de ser é diferente. Nosso jeito de estar é instável. E na instabilidade construímos uma vida assim só nossa. Uma vida que criamos para dar vasão a nossa insanidade de sentimentos incompreendidos por nós mesmos. Incompreensão e imperfeição. Somos a perfeição da imperfeição. Somos algo que não queremos ser. E existimos apenas dentro daquele mundo. Nosso mundo. Um mundinho que se tornou clastrofóbico e belo. Beleza faz parte do nosso vocabulário. Beleza faz parte. O sentido não faz. O sentido é distante de nós. E eu vivo no mundo da lua. Vivo voando. Vivo. Você me faz querer conhecer um pouco a terra. Você me faz querer continuar sendo esse ser que vive e respira maluquice, peculiaridade, arte. E você sempre esse ser desalmado, oco. Preenchemos um vazio que existia dentro de nós. E fomos assim. Entende?
Não. Durante esses 4 anos eu aprendi que realmente nada precisa fazer sentido. Nosso sentido é outro. Nosso sentido é nosso. Nosso sentimento é nosso. Nossa confusão é nossa. Nós somos nossos! Desse nosso jeito assim peculiar e diferente e incompreendido. Somos nós.
E eu amei esse nosso jeito de ser tanto que doía. Amei esse nosso "nosso" tanto que faltava ar. Amei você. Amei quem eu era com você. Amei tanto que doía o corpo. Um amor assim só seu, e só meu. Um amor compartilhado durante anos, e que um dia se acabou. Tanto para mim quanto para você. E assim continuamos a ser cumplices. E assim continuamos a ser confusos. E assim continuamos a ser nós. Agora cada um no seu canto.
Nos perdemos nos espaço e tempo e vida e amor. Nos perdemos. E agora, meu bem, agora vai ser muito difícil nos encontrar novamente.
Dizendo isso eu me despeço do seu amor e do seu corpo. Me despeço de "nós".