Wednesday, December 27, 2006

27 de dezembro 2006

o futuro me dói na alma.
ando com os nervos a flor da pele

...esse fim de ano que acontece todo ano....



vem me beijar
vem me abraçar
quero você por perto
e sempre perto
isso ajuda a passar
isso ajuda a sarar

Saturday, December 23, 2006

Sim.

Me ame como sou: imperfeita impura
Me toque como se nunca tivesse tocado outra mulher
Como se fosse cego
Me ouça como se ouve a mais bela das músicas, palavras suaves
Me sinta com amor e ódio
Desejo e medo
Me olhe com olhares apaixonados e desesperados
Me deseje assim, simles assim
Me deseje.

Tuesday, December 19, 2006

Tuesday, December 12, 2006

Não me lembro mais de como é a vida sem você
E não sei mais me lembrar de como eu era sem você

isso me entristece...

Sunday, December 03, 2006

30 de novembro de 2006

Odeon: eu subi no palco. eu fui elogiada. eu fui admirada.

eu queria que sentisse orgulho de mim, sabe?
nunca quis ser tanto eu como naquela noite.
eu senti um frio na barriga tão grande e quis apertar a sua mão.
eu fui muito feliz.


você sabe aquela história que eu escrevi? ela não é mais só minha...

Wednesday, November 22, 2006

Luzes

A semana passou como relâmpago
Rápida e luminosa
As luzes se acenderam na segunda noite
E permaneceram assim
Fui me deixando levar pelo brilho intenso
Esquecendo do resto
Admirada e alucinada
Deixando a luz me levar pra onde quisesse
Até que ela foi se apagando
E eu me perdendo
Tentando a todo custo deixá-la acessa
Mas esta se apagou totalmente
No escuro andei sem olhar pra traz
Sabendo o que estava deixando
E sofrendo
Querendo reacender a luz
Que um dia me fez feliz
Agora já não existe mais

Tuesday, November 07, 2006

Estranha sensação de estar virando adulta de verdade.
Responsabilidade.
Saudade do que ainda não acabou. Saudade do meu amor de forma lúdica e estudiosa. Saudade da liberdade de experimentar. Saudade dos cigarros não fumados e da fumaça do cigarro alheios. Saudade dos futuros cineastas. Saudade deles, saudade delas. Saudade da novidade que era. Saudade do alívio de ter me encontrado. Saudade da descoberta do meu verdadeiro amor. Saudade dequele tempo em que a saudade era outra. Saudade do meu cinema e da minha faculdade. Saudade do que ainda não acabou.

Saturday, October 28, 2006

Ontem

Ontem olhei para ti e vi o quanto eu não te amava. E era um tanto tão pequeno que eu perdi o ar. Sem folego tentei lembrar do jeito que te olhava antigamente, quando esse tanto de não amor ainda era grande. Mas não consegui. Então fechei os olhos para não te olhar, e tentei te odiar. Mas sem querer olhei-o novamente e o pouco que eu não te amava diminiu. Eu te amei mais. Te amei tanto que meu peito chegou a doer. E sempre que te olho dói. Cada vez mais.

Thursday, October 05, 2006

Imagens

Já desisti de tentar
Já desisti de entender
Esse amor que sinto
Por imagens desconexas
Captadas em momentos singulares
Fragmentadas
E depois reunidas

Imagens construídas por cores
Tecidos
Palavras
Quadros
Sons
Cortes
Sentimentos

Imagens que dizem
Tudo
Algumas vezes, também
Nada

Imagens e sons
Criados
Que criam
E recriam
Mundos distantes
Ainda assim tão próximos

Meu olhar se encanta
Quando vejo
Na sala escura
As cores surgindo
De uma tela em branco

Imagens em movimento

Monday, October 02, 2006

Lágrimas

Lágrimas escorrem de meu rosto
Involuntariamente
Não por tristeza
Mas por alegria

De saber que deixo vocês
Destinados a uma vida ingrata
E covarde

Penso na minha família com amor
Por pura obrigação
Pois repudio tudo o que fizeram por mim
E agradeço pela merda de vida
Que me proporcionaram

Reprimiram
Invadiram
Oprimiram
Chutaram
Cuspiram

Fizeram de mim o mais tolo dos homens
O mais infeliz

Mostraram-me tudo que a vida tinha a oferecer
E me tiraram todos os prazeres e amores
Ensinaram o quão podre eu era

Então me junto aos vermes
Numa atitude elevada
Sensata

A hora está chegando
As lágrimas estão secando
Não darei o gosto a vocês
De ir chorando por quem me repugna

E minha última lágrima
Dedico aqueles
Que mal me conhecem
Mas mesmo assim estarão lá
Para olhar meu corpo
E meu rosto tampado
A cabeça estourada

Sem derramar uma lágrima
Apenas pensar: aquele podia ser eu
E agradecer por ser eu ali
Inerte e indolor

Pois essa será a atitude mais nobre
Que alguém já fez por mim

Friday, September 29, 2006

Moon River (trilha sonora de Bonequinha de Luxo)

"Moon River, wider than a mile,
I'm crossing you in style some day.
Oh, dream maker, you heart breaker,
wherever you're going I'm going your way.
Two drifters off to see the world.
There's such a lot of world to see.
We're after the same rainbow's end--
waiting 'round the bend,
my huckleberry friend,
Moon River and me."

Wednesday, September 20, 2006

às vezes te amo
às vezes não
às vezes gosto de você
às vezes gosto muito de você
às vezes gosto só um pouquinho
às vezes me apaixono
às vezes te odeio
às vezes num gosto de você
e às vezes nada sinto por você

será que é normal?
ou eu que sou louca e confusa???

Friday, September 15, 2006

Tratos e destratos (poema em construção)

Não sei do que se trata
E às vezes não gosto de como me trata
Destrata

Tratando-se de algo sem nome
Sem forma
O tratamento adequado seria...
Seria.
Assim como te trato
Não como tu me destratas

E tratando-se da idéia
De algo tão abstrato
Penso que nosso amor
Precisa mesmo é de reparos
Quem sabe, de um trato

Monday, September 11, 2006

O Silêncio

Quando ele abriu a porta de casa ela estava sentada no sofá estática, com os olhos virados para a mesa de centro, mas o olhar perdido. Ele entrou, colocou sua pasta em cima da mesa e sentou-se ao lado dela. Ela não se moveu.
Ele ficou ali um pouco sem saber direito o que fazer. Ele nunca soube como se aproximar dela, principalmente na última semana. Na verdade ele queria que ela se aproximasse dele.
O telefone tocou, ele se levantou para atender.
- Alo!
...
- Oi. Tudo bom?
...
- Quando?
...
- Vou anotar. Amanhã, seis horas, igreja São João Batista, ta bem, vou avisar a ela. Obrigado. Beijo, tchau.
Desligou o telefone, virou para ela e disse:
- Sua mãe marcou a missa para amanhã.
Ela nem ouviu, estava com o pensamento longínquo. Ele então foi na cozinha e pegou um copo d’água. Percebeu que sua mão continuava a tremer. Há uma semana que estava tremendo.
Terminou de beber e foi tomar banho. Passou pela sala e olhou para ela que nem se moveu. Tomou banho calmamente, colocou seu pijama e voltou para sala. Ela continuava lá, sentada, agora tinha cruzado as pernas, mas seu olhar continuava perdido.
Ele sentou-se de novo ao seu lado. Sem olhar para ele ela perguntou:
- Que horas são?
- Oito.
- Tenho que dar o jantar para o Paulinho.
Levantou-se rapidamente como se tivesse esquecido algo importante. Parou, lembrou do que aconteceu e sentou-se novamente. Ele pegou na sua mão e ficaram ali sentados, de mãos dadas sem falar uma só palavra. Não tinha nada a ser dito.

Friday, September 01, 2006

Divagações sobre Guarda-chuvas

Hoje eu estava divagando com meu irmão sobre guarda-chuvas. Você já perdeu um guarda-chuva? Claro que sim! Todo mundo já perdeu um guarda-chuva. Mas a pergunta que nos intrigava essa manhã era: você já achou um guarda-chuva? Alguém já achou um guarda-chuva??? NÃO! Nunca vimos ninguém achar um guarda-chuva. Se todo mundo já perdeu um guarda-chuva mas ninguém nunca achou um, então para onde vão todos os guarda-chuvas perdidos?!?!?!?
Chegamos a brilhante conclusão que os guarda-chuvas perdidos são abduzidos para um Universo Paralelo, tipo um mundo dos guarda-chuvas. Nesse mundo só chove. Os guarda-chuvas estão sempre abertos e só se fecham quando vão dormir. É um mundo onde os guarda-chuvas são muito felizes. Eles se casam e tem filhos. Esses filhos quando crescem um pouquinho são mandados para o nosso mundo para ver como é ser o guarda-chuva de outra pessoa, para ganhar maturidade e ver como é viver nesse mundo cruel dos homens. Daí quando eles aprendem tudo que tem para aprender, se tornam guarda-chuvas maduros são perdidos pelos seus donos e aí abduzidos de volta para o lugar de onde vieram: O Mundo dos Guarda-chuvas.
E é por isso que ninguém nunca acha um guarda-chuva perdido!!!

Thursday, August 31, 2006

Folhas Amareladas (um conto inacabado)

Ela estava sentada num banco da praça lendo um livro de algum autor inglês ou americano da década de 40, talvez 50. Era outono e as folhas das árvores caíam pela praça, amareladas. Uma ou outra folha caía em cima do livro fazendo ela parar de ler e olhar para as folhas no chão. Seu cabelo preso num coque malfeito com a franja solta que insistia em cair no seu rosto e ela insistia em colocá-la de volta atrás da orelha. Ela lia palavra por palavra mas sua mente pensava mesmo era na noite anterior em que ela disse a ele: “Não”. E um “não” assim tão definitivo que ela sentiu medo. Talvez fosse medo de ficar sozinha. Mas ela sempre foi sozinha, menos quando esteve com ele. Nunca soube porque ele se aproximou dela ao ponto de fazer aquela pergunta. E ela respondeu: “Não”. Um “não” assim tão definitivo que ele nunca mais iria voltar. Ela não ficou confusa. Nunca esteve tão decidida. Ficou com medo e foi para praça com folhas amareladas no chão ler o livro do autor inglês ou americano da década de 40, talvez, 50, tentar fazer o medo passar. Mas toda vez que ela via uma folha cair lembrava-se: “Você me ama?” “Não!”
E as folhas não paravam de cair. E ela não parava de pensar e não conseguir ler, mas mesmo assim virava as páginas do livro como se estivesse lendo de verdade. O livro era de contos. E o conto que lia era sobre mulher solitária que todos os domingos vai a praça da cidade ver a banda tocar e depois voltava para casa, talvez mais solitária ainda.
E ela disse “não”.
E ele nunca mais ia voltar.

Tuesday, August 22, 2006

Fresta

Eu
Você
Deitados
Uma fresta de luz
Cobrimos nossos rostos
Mãos
Viro paro o lado
Você me acompanha
Abraço
Sinto
A luz
Nos cega
Apenas uma fresta
Entrando pela janela
E nós
Dormimos, sonhamos
Um beijo
Na nuca
Desperto
Corpos ardentes
Seu
Meu
Entrelaçam
E se perdem

Wednesday, August 02, 2006

Cheiro

Cheiro de maracujá
Cheiro do shampoo
Cheiro da cabeça
Cheiro do quarto
Cheiro do corpo
Cheiro do suor
Cheiro do gesto
Cheiro do beijo
Cheiro do sexo
Cheiro das palavras
Cheiro do silêncio
Cheiro do ar
Cheiro da música
Cheiro do rock
Cheiro da dança
Cheiro do prazer
Cheiro do amor
Cheiro dele
Cheiro dela
Cheiro disto
Cheiro daquilo
Cheiro, cheiras
Cheiras, cheira
Che ira
Che
Irá
Amar
Cheiro
Maracujá

Monday, July 31, 2006

Queria

Eu queria saber falar outra língua
A sua língua
Para que eu pudesse entender
O que se passa dentro de você

Eu queria morar em outro país
Onde você se esconde
Para que eu pudesse te encontrar
Talvez, te amar

Eu queria poder escutar
As coisas que diz em silêncio
Palavras soltas, frases feitas
Pensamentos

Eu queria enxergar seus gestos
E seus sentimentos
Assim não me perderia tanto
Tanto em você

Eu queria poder tocar os ossos
A pele e os lábios
Sem ter medo
Desse mistério
Que é você

Monday, July 24, 2006

Sensibilidade

Não vejo cores
Nem crio amores
Meus poemas são fracos
Sem rimas
Beleza

Traços oprimidos
Em desenhos e pinturas
Nada de belo
Tocante

O não sentimento
Em rimas pobres
Cores pálidas
Palavras comuns
Traçados sujos

A não arte
Inexistentes criações
Criatividade que se esvai
Racionalidade

Penso, então
Falta sensibilidade

Monday, July 17, 2006

Vulnerável

Vulnerável
Pela primeira vez não me sinto vulnerável
Sei exatamente o que vai acontecer
Em um quarto de segundo

Por um instante pensei que houvesse outra solução
Mas esse instante se desfez
E tudo estava igual
Eu permanecia sozinho

E quão sozinho
Quanto um corpo estendido no caixão
Maquiado e vestido
Como se nada tivesse acontecido

Será que você estará lá?
Com seu vestido negro
Sua pele pálida
Os olhos secos

Não mereço se quer uma lágrima sua
Você em seu altar
Me fazendo de tolo
Me humilhando com suas risadas amargas

Estou livre disso
De todo sofrimento que me fez passar

E agora você deve estar pensando
Que está livre de mim
Enquanto na verdade
Eu nunca estive tão próximo de você

Culpo-te por este ato insano e desbravado
De tirar a única coisa que tenho direito
E sem medo o faço
Pois sei que agora
Serei inesquecível para você

Thursday, July 13, 2006

Fechar


Toda a vez que ela fecha os olhos vê o rosto dele
Ou não vê nada
Nada que a faça esquecer o passado

Às vezes tenta ficar sem fechar os olhos
Mas aí esquece e pisca
Rapidamente
Mas lá está ele
Ou não está nada
E o vazio lembra ele

Abre os olhos de novo
Olha em volta
Ninguém ao seu lado
Está tudo vazio e silencioso

Ela fecha os olhos e tentar voltar a dormir
Rola de um lado para o outro
A cama ficou grande
E vazia

E o vazio toma conta novamente
E ele reaparece
Uma lágrima escorre
Outra
Mais outra
Mais outra
Mais outra
Mais outra...
Até os olhos secarem
E fecharem

Wednesday, July 12, 2006

Aquela noite

Dia 2
Nós dois
Num quarto escuro
Silencioso
Ouvindo o som do ar entrando e saindo de nossos peitos
Os corpos quentes
Molhados de suor
A intimidade que era apenas verbal
Agora era também física
E fomos noite adentro
Tentando transformar as coisas que conhecíamos
Naquilo que não sabíamos que existia
Vivendo o que tínhamos medo até então
Conhecendo e sentindo um ao outro
Até a luz do sol cair sobre nós
Lembrando o que éramos
E o que nunca mais será o mesmo

Tuesday, July 11, 2006

Essa casa Esse cheiro

Essa casa
Esse cheiro
São seus
Não meus
Pelo menos não mais

Nos perdemos ha muito tempo
Em algum lugar
Que não sei a onde fica

Como eu queria encontrar novamente
Aquela casa
De janelas azuis
Onde nos encontrávamos
Sorrindo
Por que não sorrio mais quando olho para ti?

Essa casa
Esse cheiro
Ficaram insuportáveis
Mas continuo aqui
Tentando achar

Será que um dia vamos nos reconquistar?
O tempo é curto
Irei me arrepender
De não ter dito
Que ainda assim há amor
Dentro ou fora dessa casa

Em algum lugar escondido
Pelos bambus ou arbustos
Está aquele tempo
Em que tudo era mágico
Em que essa casa
Esse cheiro
Pertencia a todas nós
Principalmente a nós duas