Wednesday, April 18, 2007

Cansei.

Cansei dessas borboletas no meu estomago. Queria que elas morressem queimadas no meu suco gástrico. Assim novas borboletas poderiam nascer e crescer dentro de minha barriga. Cansei dessa velha dor no peito que a angustia de te ter me dá. Cansei dessa lágrima presa no olho que eu não consigo chorar e desse nó na garganta que eu não consigo desfazer. Cansei da sua imagem nua e da sua cara de gozo no meu pensamento. Cansei dessa esperança idiota de te perder e te esquecer. Cansei. Cansei de você e de mim e de nós dois juntos e separados. Cansei desse amor que não cresce e nem some. Cansei de saber o que vai acontecer no dia seguinte. Eu quero a surpresa que você não pode mais me dar.

Tuesday, April 03, 2007

Uma noite clara de calor intenso. Sua tosse e uma música tocando bem baixinho eram as únicas coisas que se podia ouvir dentro daquele quarto. Qualquer outro barulho era abafado. Suas mãos percorriam lentamente pelo corpo dela, que estava deitada de bruços quase dormindo. Ele olhava para ela com olhos admirados. Ela apenas dormia. Ele tentava sentir, ela sonhava que estava sentindo, mas nenhum dos dois era capaz. O sentimento era verdadeiro, mas não foi em nenhum momento forte o suficiente. Ele tossia tanto que a fez acordar. Despertou lentamente com um pequeno sorriso nos lábios. Ele beijou-lhe o rosto e deitou-se ao seu lado. O pequeno sorriso nos lábios aumentou um pouco de tamanho. Agora os dois se acariciavam. Ele sussurrou algo no ouvido dela, e ela beijou-lhe na boca. Sua boca era macia assim como suas bochechas que de tão macias afundavam. Se beijaram mil vezes tentando sentir. Dormiram abraçados pois a cama de solteiro era pequena demais. Acordaram com os corpos relaxados de prazer. E tal cena se repetiu por algumas noites, até que ela não teve mais o sorriso pequenos nos lábios, e ele não a olhava mais com olhos admirados. Ele voltou para o passado com seus olhos pequenos e ela continuou no presente com sua pele pálida.