Saturday, October 28, 2006
Ontem
Ontem olhei para ti e vi o quanto eu não te amava. E era um tanto tão pequeno que eu perdi o ar. Sem folego tentei lembrar do jeito que te olhava antigamente, quando esse tanto de não amor ainda era grande. Mas não consegui. Então fechei os olhos para não te olhar, e tentei te odiar. Mas sem querer olhei-o novamente e o pouco que eu não te amava diminiu. Eu te amei mais. Te amei tanto que meu peito chegou a doer. E sempre que te olho dói. Cada vez mais.
Thursday, October 05, 2006
Imagens
Já desisti de tentar
Já desisti de entender
Esse amor que sinto
Por imagens desconexas
Captadas em momentos singulares
Fragmentadas
E depois reunidas
Imagens construídas por cores
Tecidos
Palavras
Quadros
Sons
Cortes
Sentimentos
Imagens que dizem
Tudo
Algumas vezes, também
Nada
Imagens e sons
Criados
Que criam
E recriam
Mundos distantes
Ainda assim tão próximos
Meu olhar se encanta
Quando vejo
Na sala escura
As cores surgindo
De uma tela em branco
Imagens em movimento
Já desisti de entender
Esse amor que sinto
Por imagens desconexas
Captadas em momentos singulares
Fragmentadas
E depois reunidas
Imagens construídas por cores
Tecidos
Palavras
Quadros
Sons
Cortes
Sentimentos
Imagens que dizem
Tudo
Algumas vezes, também
Nada
Imagens e sons
Criados
Que criam
E recriam
Mundos distantes
Ainda assim tão próximos
Meu olhar se encanta
Quando vejo
Na sala escura
As cores surgindo
De uma tela em branco
Imagens em movimento
Monday, October 02, 2006
Lágrimas
Lágrimas escorrem de meu rosto
Involuntariamente
Não por tristeza
Mas por alegria
De saber que deixo vocês
Destinados a uma vida ingrata
E covarde
Penso na minha família com amor
Por pura obrigação
Pois repudio tudo o que fizeram por mim
E agradeço pela merda de vida
Que me proporcionaram
Reprimiram
Invadiram
Oprimiram
Chutaram
Cuspiram
Fizeram de mim o mais tolo dos homens
O mais infeliz
Mostraram-me tudo que a vida tinha a oferecer
E me tiraram todos os prazeres e amores
Ensinaram o quão podre eu era
Então me junto aos vermes
Numa atitude elevada
Sensata
A hora está chegando
As lágrimas estão secando
Não darei o gosto a vocês
De ir chorando por quem me repugna
E minha última lágrima
Dedico aqueles
Que mal me conhecem
Mas mesmo assim estarão lá
Para olhar meu corpo
E meu rosto tampado
A cabeça estourada
Sem derramar uma lágrima
Apenas pensar: aquele podia ser eu
E agradecer por ser eu ali
Inerte e indolor
Pois essa será a atitude mais nobre
Que alguém já fez por mim
Involuntariamente
Não por tristeza
Mas por alegria
De saber que deixo vocês
Destinados a uma vida ingrata
E covarde
Penso na minha família com amor
Por pura obrigação
Pois repudio tudo o que fizeram por mim
E agradeço pela merda de vida
Que me proporcionaram
Reprimiram
Invadiram
Oprimiram
Chutaram
Cuspiram
Fizeram de mim o mais tolo dos homens
O mais infeliz
Mostraram-me tudo que a vida tinha a oferecer
E me tiraram todos os prazeres e amores
Ensinaram o quão podre eu era
Então me junto aos vermes
Numa atitude elevada
Sensata
A hora está chegando
As lágrimas estão secando
Não darei o gosto a vocês
De ir chorando por quem me repugna
E minha última lágrima
Dedico aqueles
Que mal me conhecem
Mas mesmo assim estarão lá
Para olhar meu corpo
E meu rosto tampado
A cabeça estourada
Sem derramar uma lágrima
Apenas pensar: aquele podia ser eu
E agradecer por ser eu ali
Inerte e indolor
Pois essa será a atitude mais nobre
Que alguém já fez por mim
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