- Você está diferente - ele diz. Eu nada respondo. - Você não se lembra de mim, não é?
Eu respondo que sim. Ele me olha. Sério. Ele me olha. Não sorri dessa vez. Não sorrio dessa vez.
- Gelo na vodka? - E começamos a falar de vícios e fraquezas e pessoas. Ele me olha nos olhos. Dessa vez sorrimos um para o outro, um sorriso contido por mil palavras. Nervosa não paro de mexer nos cabelos. Ele senta, e levanta, e fala e pensa, e não consegue verbalizar algumas coisas e não consegue ficar parado.
- É difícil.
Digo tchau e ele me dá um longo beijo na bochecha e um longo abraço. Corro amedrontada e assustada com tanta beleza. Chego em casa e me arrependo. - Um sonho e um copo de vodka, por favor?