Todo dia na sala de aula ele me olhava. Eu desviava o olhar, como quem finge que não está percebendo. Mas eu percebia, e não só percebia como queria. Só que eu era uma menininha medrosa. Meu medo tomou conta de mim, e eu não quis acreditar que aquele menino podia gostar tanto de mim quanto eu dele.
E anos se passaram... até que a gente se reencontrou, e se olhou. O olhar era o mesmo. Ele me olhou exatamente da mesma forma que me olhava há 10 anos atrás. Olhar de menino admirado, admirando. Eu novamente gelei, e novamente tive medo.
Ele perguntou: "lembra de mim?" e eu disse que sim com a cabeça e disse: "pensei que você que não lembrasse de mim". Ele sorriu para mim: "claro que eu me lembro de você, eu fui apaixonado por você, tenho um caderno cheio de poemas que escrevi para você".
Com medo eu fugi. E continuo fugindo sem acreditar que possam existir poemas para mim.
ah bibi,
ReplyDeleteProvavelmente existem vários poemas, músicas, desenhos, fotos que tiraram suas e você não percebeu, por aí...
Todo mundo carrega agarrado à si estes sonhos desfiados, mas eles são tão leves que nem se vê.
vai ver não são para ser vistos..
beijos