Wednesday, May 21, 2008

O que eu sinto falta é de criação. Sinto falta de colocar essa cabeça louca e alucinada para criar coisas inesperadas. Desesperadas são as idéias que agora surgem de fugir desse mundo seco em tintas e cores. As cores desbotaram. E na correria, sentada, eu me afogo em números e nomes e datas e horas. Já esqueci como se faz para se perder no tempo e espaço. A lua ficou tão longe. Não, eu não tenho mais tempo de visitar a lua. Isso é o que mais entristece. Não, não, o que mais entristece é não precisar visitar a lua para fazer meus deveres diários.
E essa cabeça louca e alucinada precisa de seu tempo diário de pensamentos longuínquos e de criações mirabolantes. Um tempo viver dentro da minha própria cabecinha.



Quem sabe daí eu não consiga escrever coisas melhores nesse blog?!

Saturday, May 10, 2008

Poema para Bibi

Mergulhado, num longo e profundo sonho,
Envolvido de ti,
Como se fosse água.
Desde o dia que escorreguei no rio,
E fui levado ao oceano.
Eu morri afogado em ti,
Agora imerso neste oceano ,
Respiro-te,
E flutuo contigo.
Você me arrasta com sua correnteza,
Me salva da inércia.
Meu amor conectado ao seu,
Não tem fronteiras e nem fim.
Mesmo o Iceberg que sou,
Derreto em ti,
Meu amor.

Escrito por Cedric (Blog Um ninguém).

Thursday, May 08, 2008

Dias frios e ensolarados são os dias mais bonitos, e de certa forma melancólicos.
São dias que sinto que devia estar fazendo alguma coisa que não estou. Dias que quero sair e quero ficar ao mesmo tempo. E tenho tanto a fazer...
E Alfredo está aqui parado na minha frente, e eu nada digo. Fingindo sua inexistência continuo muda. Muda e inerte. A inércia toma conta de mim e eu fico horas só admirando ele.
Ele é meu. E não é. Ele é incompleto e imperfeito. Ele sou eu acontecendo.
Mas eu não aconteço e não o deixo acontecer. Eu tranco ele no meu quarto e no meu mundo e o deixo morrer sem ir para as telas. Deixo-o morrer de inanição. Deixo-o morrer enforcado, sufocado. Deixo-o morrer esquecido. E no dia que Alfredo morrer, morre, junto, um pedaço de mim. Um pedaço que nunca aconteceu. Pedaço esquecido, sufocado pelo tempo que passa e me arrasta. Mudo.

Wednesday, May 07, 2008


Deixaram a rosa perder a cor. Seu vermelho original desbotou.
A rosa ficava em uma garrafa de vidro na mesa de centro. Maria havia ganhado a rosa no dia dos namorados, e desde então todos os dias ela cuidava da rosa.
João queria comprar uma rosa que de tão vermelha e de tão bonita fizesse Maria sorrir por muito tempo. Procurou durante dias e dias a rosa perfeita. Quando achou comprou imediatamente e levou para Maria.
Chegando na casa onde os dois moravam juntos, João entregou a rosa para Maria. Era dia dos namorados, e eles eram casados há 2 anos. Maria sorriu, e ficou sorrindo por muito tempo. Até que um dia Maria não sorriu mais, e a rosa perdeu a cor.
João vendo a rosa desbotada decidiu acabar de vez com ela e a despetalou. Os dois saíram de casa.
A casa tinha janelas azuis e pétalas desbotadas de rosa no chão.