Thursday, May 08, 2008

Dias frios e ensolarados são os dias mais bonitos, e de certa forma melancólicos.
São dias que sinto que devia estar fazendo alguma coisa que não estou. Dias que quero sair e quero ficar ao mesmo tempo. E tenho tanto a fazer...
E Alfredo está aqui parado na minha frente, e eu nada digo. Fingindo sua inexistência continuo muda. Muda e inerte. A inércia toma conta de mim e eu fico horas só admirando ele.
Ele é meu. E não é. Ele é incompleto e imperfeito. Ele sou eu acontecendo.
Mas eu não aconteço e não o deixo acontecer. Eu tranco ele no meu quarto e no meu mundo e o deixo morrer sem ir para as telas. Deixo-o morrer de inanição. Deixo-o morrer enforcado, sufocado. Deixo-o morrer esquecido. E no dia que Alfredo morrer, morre, junto, um pedaço de mim. Um pedaço que nunca aconteceu. Pedaço esquecido, sufocado pelo tempo que passa e me arrasta. Mudo.

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