Wednesday, March 02, 2011

Não foi nada

Não foi nada. Eu acordo correndo contra o tempo. Arranhões no carro e no corpo. Mudo de cidade por alguns dias, te deixo. Noite a dentro ouço sua respiração ofegante, suas mãos sobre meu corpo. Penso se queria mesmo aquilo, penso que queria aquilo há um tempo. Assumo. Corro arranhando o carro e o corpo. Deixo de fazer a curva, sigo para a outra cidade.

Pausa.
Subo a rua e te vejo ao longe. Sorriso. Abraço. Samba, cerveja. Entro no quarto escuro, não é você que me segue. Ele entra, borboletas no estômago, você entra em seguida. Deixa ele me olhar, deixa ele me querer. - Vamos subir a ladeira? - E sigo com você. Com você. Deixo as outras borboletas quietas.
Indas e vindas. Você volta e me envolve em seus braços e me convida. Digo que sim. Quero sentir seu corpo pesando sobre o meu. - Pára! Pára! Volta.
Acordo quieta. Acordo parada. Não foi nada. Enrolada na canga te olho e te vejo. O jardim agora é feito só de saudade. O jardim foi guardado no armário. Não foi nada. Digo e repito para mim mesma - Não foi nada!

2 comments:

  1. Há de nascer flores ainda mais belas e sinceras neste jardim. Eu acredito. Porém, eu sempre acredito.

    ReplyDelete