Sunday, September 18, 2011
Coisas belas e sujas.
Eram dois perdidos numa noite suja. Lapa. Dois perdidos numa noite suja. Manhatan. Se tocam, se enconstam. América do sul, américa do norte e mais um continente a sua escolha. Se tocam, se encostam, se beijam. Aqui é permitido. De moto se misturam nas luzes da cidade. Se embolam, se enroscam. Mudam as malas de lugar. - Cerveja, vinho ou caipirinha? Embebeda ela. Embebeda ele. Embriagam-se juntos. Se perdem na sujeira da noite. Se embolam, se enroscam. Tiram a roupa. Se beijam. Sujos. Sempre de mãos dadas. - Vem, me dá a mão. Embrigados se jogam na sujeira da noite. Assistem. Se beijam. Assistem. Lapdance. Não. - Vem comigo. Em outro continente não conta. Qual continente? Sujos. Embaçam o vidro do carro. Sente o coração dela bater mais rápido. Se jogam na noite, se jogam no alcool, se jogam um no outro. Frio na barriga. Ressaca. Juntos. Coisas belas e sujas. Eles se gostam e se gozam. Dois amantes perdidos numa noite suja. Dois amores sujos perdidos. Amantes, perdidos. Amores, perdidos. Entre coisas belas e sujas.
Friday, September 09, 2011
Linhas
Entre fios e linhas, ele surgiu dizendo que o jeito dela entrelaçar estava errado. Já cansada e mal-humorada ela bufou. Mas olhou de novo para ele, e sem saber muito por quê, ela olhou de novo. Sentiu vontade de ficar perto. Ele sentou ao seu lado, entrelaçaram juntos as linhas coloridas. Os dedos dela estavam ficando em carne viva. Linhas, fios, cubos, cores. Olhou para ele e não quis mais olhar para ninguém.
Ele ofereceu seu corpo para ela enconstar. - Você é uma graça. Ela sorriu. Ela sorriu. E sorriu. Inesperadamente, ela sorriu mais do que achou que devia.
Esticou o pano colorido com os pés enquanto ele ajeitava as cordas entrelaçando suas mãos nas pernas dela. Medrosa, não o esperou na saída. Combinaram ao som de jazz. Seu corpo magro acolheu ela, preencheu ela. Linhas, cubos, fios, cores, mãos, bocas, corpos entrelaçados. E não, ela não é despretenciosa, mas tem de ser. Vai fugir para outra cidade. Ele então se afasta e diz não. Desolada ela corre e consegue enfim embarcar. Linhas, cubos, cores, se entrelaçam separados.
Ele ofereceu seu corpo para ela enconstar. - Você é uma graça. Ela sorriu. Ela sorriu. E sorriu. Inesperadamente, ela sorriu mais do que achou que devia.
Esticou o pano colorido com os pés enquanto ele ajeitava as cordas entrelaçando suas mãos nas pernas dela. Medrosa, não o esperou na saída. Combinaram ao som de jazz. Seu corpo magro acolheu ela, preencheu ela. Linhas, cubos, fios, cores, mãos, bocas, corpos entrelaçados. E não, ela não é despretenciosa, mas tem de ser. Vai fugir para outra cidade. Ele então se afasta e diz não. Desolada ela corre e consegue enfim embarcar. Linhas, cubos, cores, se entrelaçam separados.
Wednesday, September 07, 2011
E você veio de novo...
E veio você de novo. Borboletas no estômago. E veio você de novo.
Os anos passaram. Os anos sempre passam. Você volta, eu volto. No meio do caminho, falando outra lingua, nos encontramos depois de alguns anos. E a última vez eu que disse não. Arrependida, chorei no dia em que foi embora. E a vida não quis, a gente tentou, mas a vida não quis. Eu quis e você não. Você quis e eu não. Encontros e desencontros. Amores achados, amores perdidos, o nosso permaneceu. Durante todos esses anos, agora são nove.
E veio você de novo. No alto do prédio, no alto da big apple, você segurou em minha mão. Deu vontade de ter sempre. Dançamos lá, dançamos cá, seguimos a noite de forma peculiar pela cidade dos arranha céus. - Não me solta. - Não te solto. - Amanhã?
Mas você mora lá agora. Eu ainda não sei onde moro.
Por anos reneguei seu amor, meu amor. Hoje volto a dizer:
"E se algum dia a gente se esbarrar e se você quiser, eu te aceito. Eu aceito"
Você disse não.
http://dissolvidaemversos.blogspot.com/2007/10/4.html
Os anos passaram. Os anos sempre passam. Você volta, eu volto. No meio do caminho, falando outra lingua, nos encontramos depois de alguns anos. E a última vez eu que disse não. Arrependida, chorei no dia em que foi embora. E a vida não quis, a gente tentou, mas a vida não quis. Eu quis e você não. Você quis e eu não. Encontros e desencontros. Amores achados, amores perdidos, o nosso permaneceu. Durante todos esses anos, agora são nove.
E veio você de novo. No alto do prédio, no alto da big apple, você segurou em minha mão. Deu vontade de ter sempre. Dançamos lá, dançamos cá, seguimos a noite de forma peculiar pela cidade dos arranha céus. - Não me solta. - Não te solto. - Amanhã?
Mas você mora lá agora. Eu ainda não sei onde moro.
Por anos reneguei seu amor, meu amor. Hoje volto a dizer:
"E se algum dia a gente se esbarrar e se você quiser, eu te aceito. Eu aceito"
Você disse não.
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