Entre fios e linhas, ele surgiu dizendo que o jeito dela entrelaçar estava errado. Já cansada e mal-humorada ela bufou. Mas olhou de novo para ele, e sem saber muito por quê, ela olhou de novo. Sentiu vontade de ficar perto. Ele sentou ao seu lado, entrelaçaram juntos as linhas coloridas. Os dedos dela estavam ficando em carne viva. Linhas, fios, cubos, cores. Olhou para ele e não quis mais olhar para ninguém.
Ele ofereceu seu corpo para ela enconstar. - Você é uma graça. Ela sorriu. Ela sorriu. E sorriu. Inesperadamente, ela sorriu mais do que achou que devia.
Esticou o pano colorido com os pés enquanto ele ajeitava as cordas entrelaçando suas mãos nas pernas dela. Medrosa, não o esperou na saída. Combinaram ao som de jazz. Seu corpo magro acolheu ela, preencheu ela. Linhas, cubos, fios, cores, mãos, bocas, corpos entrelaçados. E não, ela não é despretenciosa, mas tem de ser. Vai fugir para outra cidade. Ele então se afasta e diz não. Desolada ela corre e consegue enfim embarcar. Linhas, cubos, cores, se entrelaçam separados.
Deu nó, amiga. Tira uma das linhas que ficará mais fácil. Sempre fica.
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