E quando você encontra um antigo amor na rua? Você sorri, diz oi, tentar fazer com que ele repare que você está mais bonita, finge que ele é só uma pessoa qualquer. Olha para ele e fala: sabe, eu não sei me apaixonar mais e talvez você tenha alguma culpa nisso. Ok, eu não gosto da palavra culpa, então vamos mudar o discurso. Sabe, eu sou meio escangalhada e talvez tenha dedo seu nisso. Talvez? Não, né?
Daí no dia seguinte você acorda e sente a cama meio pequena, olha para o lado e lá está ele.
Então você acorda, e acorda e acorda e acorda. E encontra outro antigo amor na rua, mas esse está acompanhado e o novo amor do antigo amor não deixa ele falar com você. Mas com certeza curiosidade você de vez em quando olha para o novo casal e tenta entender como eles são tão felizes. E como você é tão escangalhada. E você continua olhando porque realmente não entende muito bem como funciona toda aquela felicidade dos respectivos amantes. Eles se dão as mãos, se beijam, não sorriem muito mas não sorriem pouco, sorriem o suficiente para você e todo mundo achar que eles são tão felizes e tão perfeitos, sorriem o suficiente para enganar todo mundo. Mas você continua observando e quer quase ir lá e tocar para ver se é de verdade. E quando você chega perto você vê. E vê de novo. Esfrega os olhos. E... Shiiii Não conta para ninguém, tá? Mas não é só você que é escangalhada, eu também sou.
Sunday, August 25, 2013
Friday, August 16, 2013
Um natal qualquer numa noite qualquer
E dia 25 de dezembro era dia de preparar o almoço natalino com meu pai, tradição que tinha começado alguns antes. Mas esse ano seria ligeiramente diferente, esse ano iríamos cozinhar e almoçar na casa da nova namorada dele: todos os filhos, ele, ela e o irmão dela, que eu nunca tinha visto na vida. Peru, purê de maça, farofa, arroz, salada, brownie e sorvete. Uma ceia completa!
Eu nervosa, toda cheia de farinha no rosto e no cabelo, querendo que tudo saísse perfeito. Uma taça de vinho para acalmar os nervos. E por que cargas d'água eu estou tão nervosa assim? Todo ano é a mesma coisa.
Tocou a campainha, os meus irmãos. Coloca o brownie no forno, queima o dedo. Tocou a campainha de novo, o irmão dela. Com o dedo ardendo saí da cozinha sem nem perceber que tinha chocolate no rosto, olhando atenciosamente para o dedo queimado esperando ver se a bolha crescia. Não cresceu.
- Esse é meu irmão!
Olho para a sala e me deparo com todo a família com suas vestimentas natalinas não tão chiques assim, mas chiques demais para ficar em casa. Ele olha para mim e sorri. E eu não lembrava que ele teria a minha idade. Falei um oi um pouco sem graça, lembrei que eu estava cheia de farinha e corri pro banheiro. Saco, to toda descabelada e ainda com chocolate na testa. Lavei o rosto, penteei o cabelo, troquei de roupa e voltei para sala.
O almoço já estava sendo servido e todos sentavam em torno da mesa. Passa o arroz, agora o purê, quem quer mais peru? E de repente tudo se acalmou e eu vi ele me olhando. Abaixei rapidamente a cabeça e fingi que estava só comendo. Olhei para frente novamente e lá estava ele. Eu sorri e ele sorriu.
Nos encontramos um tempo depois a noite no meio da rua. Ele me convidou para tomar uma cerveja. Sentamos num bar qualquer num bairro qualquer numa cidade qualquer numa noite qualquer. E em como qualquer noite bebemos conversamos e sorrimos. Andando para o carro ele segurou na minha mão, e de mãos dadas fomos andando e andando e ele reclamou que o carro estava longe, e eu disse pra ele deixar de ser preguiçoso. A gente andou mais e mais e chegou na cozinha. Depois no quarto e caímos na cama gargalhando.
- Bom dia simpatia!
Ele disse do outro lado do telefone. E todos os dias do outro lado do telefone, do outro lado da tela, na outra extremidade da América. Até que se calou.
E o natal passou frio e sem neve.
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